Uma vistoria realizada nesta segunda-feira numa central de abastecimento da Secretaria estadual de Saúde, em Niterói, encontrou cerca de 300 toneladas de remédios vencidos. Todo esse medicamento foi comprado com dinheiro público. O responsável da inspeção foi o deputado Pedro Fernandes (Solidariedade), que faz parte de uma comissão especial montada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para inspecionar as organizações sociais que administram os hospitais do estado.
Entre os medicamentos, estavam agulhas, remédio de pressão, próteses e outros materiais, alguns vencidos desde 2009. A vistoria encontrou galerias com remédios separados pelas datas de vencimento. Cartazes afixados nas caixas mostravam desde quando aquele grupo de medicamentos perdeu a validade. O deputado afirmou que vai pedir a extinção do contrato do governo do estado com a LogRio, consórcio formado pelas empresas Prol e Facility responsável pela gestão da central de abastecimento. O grupo seria responsável por repassar as informações ao estado.
— Vamos sugerir ao Ministério Público que peça a prisão dos responsáveis por esse desperdÃcio de dinheiro. Temos que descobrir quem são eles, tanto na secretaria, quanto na empresa. Esse caso é um absurdo — afirmou.
O parlamentar afirmou que funcionários do consórcio LogRio alegaram que a empresa avisa à Secretaria estadual de Saúde três meses antes dos remédios perderem a validade através de relatórios. Pedro Fernandes diz que vai chamar o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr., para falar aos deputados na Alerj.
Em janeiro, a secretaria, em meio à crise econômica, renegociou o contrato com a LogRio em 43%. O consórcio, que recebia R$ 4,4 milhões por mês para executar os serviços em unidades próprias e nos municÃpios do interior, vai passar a ganhar R$ 2,5 milhões. A economia em 2016 será de mais de R$ 23 milhões — o contrato caiu de R$ 53 milhões para R$ 30 milhões por ano.
A LogRio é responsáveis pelo recebimento, armazenagem e distribuição de insumos, medicamentos e equipamentos utilizados nas unidades próprias do estado e repassados aos municÃpios.
Fonte: ANVISA