Fonte: Portal de Olho no Mercado – Paraná
O varejo farmacêutico nacional teve um aumento de 12,66% no primeiro semestre de 2016 em comparação ao mesmo período do ano passado. Mas como garantir lucro nesse mercado tão competitivo em tempos de recessão? Uma das soluções pode estar na escolha da marca dos medicamentos, tanto para o empresário quanto para o consumidor. O presidente do Sindifarma, Edenir Zandoná Júnior, comenta os dados do semestre no Paraná e o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, avalia o mercado varejista e conta sobre as expectativas do setor nesse modelo de negócio.
A Abrafarma (Associação Brasileira de Rede de Farmácias e Drogarias) publicou recentemente o relatório de vendas do primeiro semestre deste ano. Os não medicamentos, que representam 35% do volume comercializado, subiram 11,95%. Enquanto a alta dos medicamentos ficou na casa dos 9%, os medicamentos genéricos alavancaram nas vendas: 12,86% de aumento em relação aos seis primeiros meses de 2015.
De acordo com o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias, Sérgio Mena Barreto, os dados fazem referência ao volume comercializado pelas 27 redes associadas à entidade, que estão entre as maiores do país. “O processo permanente de expansão das grandes redes, aliado a fatores como o envelhecimento da população e o reajuste anual dos preços, contribuíram para o aumento desses números”, comenta.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Paraná (Sindifarma), Edenir Zandoná Júnior, avaliou o faturamento do primeiro semestre com estabilidade no estado. Apesar disso, na categoria de medicamentos genéricos a média subiu, ficando entre 11 e 13% em relação ao ano passado. Mas será que o consumidor confia mais no medicamento genérico ou está só preocupado com o valor na hora de pagar a conta? Zandoná entende que o comprador aproveita esse tipo de medicamento para economizar, mas acima de tudo aprendeu a confiar no genérico da melhor forma: fazendo uso dele.
Para o presidente da Abrafarma “os genéricos já estão consolidados nos hábitos de consumo dos brasileiros”, e o crescimento de 2011, que foi acima de 120%, mostra isso. A fase econômica do país mostra um consumidor mais cauteloso, mas que ainda deseja comprar e está em busca das melhores opções. “Então o fator preço, obviamente, pode ter contribuído para elevar este percentual no semestre”, avalia Barreto.
A indústria farmacêutica também mostra números expressivos. Em dados apresentados pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), as vendas subiram 14.30%. E é esse segmento, que movimentou quase R$ 24 bilhões em 2015, que conquista cada vez mais adeptos. O custo é em média 60% menor que os medicamentos de referência, e essa é a melhor receita para cuidar da saúde sem prejudicar o bolso. Para não correr riscos de baixo faturamento, adequar algumas marcas que serão disponibilizadas no seu PDV é uma boa aposta. O presidente do sindicato defende que o genérico é uma boa forma de manter o giro econômico do mercado.
Modelo de negócio: uma nova visão do mercado farmacêutico
A visita do consumidor até a farmácia não está só relacionada à compra de medicamentos. E por isso é cada vez mais comum encontrar produtos de perfumaria e alimentos nas principais redes do estado. O próprio mercado se adequa às demandas da população segundo o presidente da Abrafarma. “A farmácia já é reconhecida pelo consumidor como um canal cativo para vendas de produtos e serviços ligados à saúde, ao bem-estar e à conveniência”. Sérgio Barreto destaca que algumas cidades do país chegam a prestar serviços de correspondência bancária, suprindo carências de regiões que sequer contam com uma agência bancária.
Mas a aposta da Abrafarma está em um novo modelo de serviço dentro das redes associadas. Com a implementação do projeto Assistência Farmacêutica Avançada, oito serviços de orientação clínica serão disponibilizados aos clientes, desde a imunização até testes de diagnósticos. “Esse serviço coloca a farmácia como um importante ator para as soluções dos problemas de saúde”. Barreto defende que será um ponto estratégico para ampliar o acesso da população à saúde, no entanto ele não substituíra o papel da medicina. “O Brasil possui mais de seis mil lojas. Não podemos negar que as farmácias são parte da solução e podem realizar ações preventivas, desafogando o sistema de saúde pública”.
Esse formato de negócio foi inspirado nas drugstores norte-