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FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO RESISTEM A CRISE

Investimento maciço em ações de marketing vem dando fôlego ao setor, que prevê faturar R$ 5 bilhões

As farmácias de manipulação brasileiras representam apenas 10% das empresas do setor farmacêutico no País. A expectativa, porém, é de que as 7.200 lojas do ramo instaladas no Brasil respondam, este ano, pelo equivalente a 12,5% de toda a receita prevista para o segmento de farmácias e drogarias, algo em torno de R$ 5 bilhões. Investimento maciço em ações de comunicação e marketing, além de um maior potencial inovador estão entre os fatores que vêm dando fôlego ao setor. No último ano, 78% dos empresários fizeram algum tipo de investimento e outros 87% planejavam aplicar recursos. Os dados foram divulgados na última semana pela Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag).

Em Belo Horizonte, a realidade não é diferente e os resultados confirmam as estatísticas. Silvana Gonçalves Pinto Araújo, sócia-proprietária da rede NatureDerme – presente na Capital e em Betim e Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), vem remando na contramão da crise econômica que impactou o País. Recentemente, a farmacêutica iniciou um investimento robusto para abrir o que considera ser a nona loja do grupo, um e-commerce com alcance nacional. “Faço parte do grupo que conseguiu aumentar a receita, apesar das dificuldades. O que estamos tentando é não deixar que a crise entre na empresa, buscando novos caminhos e apostas. Estamos concretizando o e-commerce, já que as coisas, no mundo todo, têm caminhado para o lado virtual”, detalha.

A empresária também está consolidando no mercado uma marca própria, a NatureVerde, de cápsulas oleosas, como ômega 3 e linhaça. O objetivo é diversificar as atividades do grupo. A rede de farmácias é formada por oito unidades físicas e tem 130 colaboradores, dos quais 11 são farmacêuticos.

Mercado – O raio-x do setor de manipulação no País integra o Panorama Setorial Anfarmag: Farmácias de Manipulação Brasileiras – 2015/2016. Conforme o levantamento, 39% dos empresários aumentaram a receita em 2015, frente a 2014; 34% mantiveram o faturamento e somente 27% queixaram-se de queda nos rendimentos. Na avaliação do diretor-executivo da Anfarmag, Marco Antônio Fiaschetti, o estudo mostra que apesar da adversidade do cenário econômico, confiança do empresário e particularidades do segmento têm feito a diferença.

“O que podemos afirmar é que os resultados estão diretamente ligados à confiança e, claro, aos investimentos que são realizados. Treinamento de equipe e investimento em um relacionamento mais próximo com o cliente associados a um produto individualizado, de qualidade, fazem a diferença”, afirma. Ainda de acordo com o panorama setorial, 87% dos empresários consultados planejavam investir e 78% haviam executado algum tipo de aporte financeiro. Caso da farmacêutica Janete Grippa Assis, proprietária da Farmácia Debonne, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O estabelecimento cresceu 25% este ano, na comparação com 2015, quando foram investidos cerca de R$ 70 mil na reestruturação da loja.

“Fiz uma boa reforma e tornei o ambiente mais sofisticado. Além disso, investi em marketing, divulgação, em produtos de nutrição funcional e dermocosméticos. Estou apostando no crescimento e, para isso, investindo em práticas que tenham sucesso junto ao cliente, como aquisição de produtos novos no mercado. Talvez a grande descoberta do setor de manipulação seja a propriedade intelectual do farmacêutico, fundamental para filtrar o enorme número de novidades que chegam ao mercado a todo tempo”, pontua.

Na farmácia Lantana, com unidades nos bairros Santa Efigênia (Leste) e Alípio de Melo (Pampulha), em Belo Horizonte, consultorias comerciais, estudos de gestão estratégica e um direcionamento na área da nutrição têm ditado os resultados obtidos desde o ano passado. Diante da alta do dólar, porém, que impactou diretamente no preço dos insumos utilizados, a solução foi reduzir a lucratividade para não repassar o “prejuízo” ao consumidor. Ainda assim, garante a empresária Andréa Kamizaki, os resultados são promissores.

“Os custos aumentaram muito, principalmente em função das matérias-primas, importadas. De qualquer forma, apostamos em análise de produtividade e gestão para não repassá-los ao cliente. Estamos em uma época em que as pessoas não podem gastar tanto”, analisa a farmacêutica, que mantém uma sociedade com o marido.

Segundo a Anfarmag, o mercado de farmácias de manipulação no Brasil concentra cerca de 7.200 estabelecimentos e gera 90 mil empregos diretos. No segmento de farmácias e drogarias, são 72 mil estabelecimentos, conforme a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafama), que geraram R$ 35 bilhões de receita, 12% mais em relação a 2014. Para esse ano, é esperado faturamento 14% maior, cerca de R$ 40 bilhões.

Veículo: Diário do Comério de Minas

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